Oportunidade, lutas, inclusão social, torcida e alegria no tatame
Mais de 100 atletas participaram do torneio do Projeto Ippon Social, desenvolvido pela Ong Ajudôu, em Baixa Verde, distrito de Dionísio, Minas Gerais
A tarde de 11 de março (quarta-feira) foi bem atípica na pequena Baixa Verde, distrito de Dionísio. Com cerca de 2 500 habitantes, mais de 10% estavam reunidos na quadra da Escola Estadual Dona Jacy Francisca Garcia para ver a primeira competição de judô da história da comunidade. A cada golpe aplicado os gritos de comemoração ecoavam. A torcida fez bonito e os atletas no tatame também. Parecia uma grande final olímpica… Mas não, era a inclusão social e alegria trazidas pelo “caminho da suavidade” (significado do nome judô em japonês).
Além da cidade anfitriã, crianças e jovens de São José do Goiabal participaram da competição organizada pelo Ajudôu. O evento faz parte do projeto Ippon Social, que oferece aulas gratuitas de judô para 300 crianças e jovens, entre 4 e 17 anos, nas duas cidades. A iniciativa é patrocinada pela ArcelorMittal, por meio da Fundação ArcelorMittal, viabilizado pela Lei Estadual de Incentivo ao Esporte e apoio das Prefeituras Municipais.
Projeto Social de judô transformando vidas
O Ajudôu atua nessas cidades há 6 anos, sempre com projetos sociais de judô. Para Márcio Andrade, Mestre de Judô e Coordenador do Projeto Ippon Social, esse esporte tem o poder de transcender os praticantes. “Os ensinamentos impactam famílias e até mesmo a comunidade. Nossos ensinamentos trabalham tanto a parte física da criança quanto a parte mental, ensinando a respeitar os adversários, obedecer ao treinador, saber controlar o corpo e manter a calma”, ressalta.
Com dois treinamentos semanais em cada núcleo, os jovens da região passaram a ter uma opção de esporte de qualidade oferecida gratuitamente. “Como nossa comunidade é muito carente, se não fosse o Projeto nunca teria aula de judô por aqui. Os alunos ficaram mais disciplinados e concentrados. Por isso, os pais também adoram o Ippon Social”, conta Rogéria Couto, moradora de Baixa Verde e Diretora da E. E. Dona Jacy Francisca Garcia.
Além da atividade física, que promove melhorias consideráveis na coordenação motora, equilíbrio, condicionamento físico, noção espacial e corporal. Como atividade disciplinar, a luta desenvolve a sociabilidade com outras crianças, o trabalho em equipe, o respeito ao professor e aos amigos e muito mais. “O judô é a única opção de esporte e lazer que temos em Baixa Verde. A participação do meu filho nas aulas está sendo ótima, pois ele convive com outras crianças, fica mais forte e disciplinado”, declara, com um sorriso de gratidão, Flávia Godoi, mãe do judoca Murilo Godoi de 9 anos.
Hoje, é comum ver pelas ruas de Dionísio, Baixa Verde e São José do Goiabal, crianças de quimono, seguindo a tradição da arte marcial japonesa. Contudo, o judô não chega nessas localidades por acaso. É fruto da parceria entre poder público, iniciativa privada e terceiro setor, “Acreditamos que a união de todos os setores da sociedade é o melhor caminho para um mundo melhor e mais justo. Só assim iremos melhorar diretamente as comunidades e transformar as vidas das pessoas”, destaca Magna Valadares, Analista de Investimento Social e Relações Institucionais da ArcelorMittal.
Sobre a Ong Ajudôu
O Ajudôu é uma Organização não Governamental, reconhecida pela utilidade pública nas esferas municipais e estadual. Foi fundado em 1995, em Timóteo-MG, e já atendeu mais de 23.000 crianças e adolescentes com aulas de judô e outros esportes gratuitamente. Atualmente, o Ajudôu está presente em mais de 12 cidades mineiras, atendendo em mais de 20 escolas.